sexta-feira, julho 13, 2012

30OUT2010 - 284º Dia - Aniversário da Barca!
Faz hoje 73 anos que a "Sagres" foi lançada ao mar, apenas três meses e meio após o assentamento da quilha. A barca "Sagres", a segunda na Marinha Portuguesa, foi construída nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, tendo, na altura, recebido o nome Albert Leo Schlageter. Era o terceiro de uma série de quatro navios encomendados pela Marinha Alemã, que incluía o Gorch Fock (1933) - que veio a ser o Tovarish (1952-2003) -, o Horst Wessel (1936) - actual Eagle da United States Coast Guard -, e um quarto navio nunca concluído, por entretanto ter eclodido a segunda Grande Guerra, cujas vergas e mastaréus, vieram posteriormente a ser utilizados no Gorch Fock (1958), actual navio-escola da Marinha Alemã, construído vinte anos mais tarde, de acordo com os planos dos anteriores veleiros. Além dos navios mencionados, o estaleiro alemão construiu um outro veleiro desta classe, o Mircea (1938), satisfazendo uma encomenda da Marinha Romena. No final da guerra, aquando da partilha dos despojos pelos vencedores, o Horst Wessel e o Albert Leo Schlageter couberam aos Estados Unidos. No entanto, apesar dos esforços do Comandante americano da Base Naval de Bremerhaven, não foi possível encontrar, nos Estados Unidos, uma instituição que quisesse ficar com este navio. Pelo que, ao fim de três anos, acabou por ser cedido à Marinha do Brasil, como compensação dos danos causados pelos submarinos alemães aos seus navios. Em 1961 foi adquirido por Portugal, no sentido de substituir a antiga "Sagres", que, curiosamente, também havia sido navio alemão. De facto, a anterior "Sagres" foi lançada à água em Bremerhaven, em 1896, com o nome Rickmer Rickmers. Em 1916, quando a Alemanha declarou guerra a Portugal, este veleiro encontrava-se nos Açores, tendo sido então arrestado. Baptizado com o nome Flores, foi colocado à disposição dos ingleses, que o usaram como transporte. Em 1924, terminada a sua utilização como navio mercante, foi incorporado na Marinha Portuguesa como navio-escola e com o nome "Sagres". Razão pela qual, nomeadamente no estrangeiro, o actual navio-escola "Sagres" é, por vezes, apelidado de "Sagres II". Adaptado de "Sagres - Construindo a Lenda", 2009, do Cte António Manuel Gonçalves