Cinema Eden
Em 1902, o comerciante de automóveis Albert Beauvelet alugou as antigas cocheiras do Palácio. A enorme e belíssima garagem instalada num enorme hangar de ferro e vidro, e com o nome de "Garagem Beauvelet", era uma obra Europeia de monta, naquela que seria a primeira representação da Peugeot em Portugal. No dia da inauguração, em 1906, além do rei D. Carlos, esteve presente o próprio Armand Peugeot, fundador da marca, num evento em que o rei "dignou-se a comprar três automóveis Peugeot".
"Garage Beauvelet"
Em 1904 houve um projecto de Raúl Lino para erguer sobre o Palácio Foz, um prédio que, se tivesse sido executado, seria o único daquele arquitecto e, aliás, de extrema qualidade.
Em 1909 o stand do senhor Beauvelet muda-se para os baixos do "Avenida Palace Hotel", também na Praça dos Restauradores. No mesmo ano António dos Santos, o mesmo que apresentou pela primeira vez o animatógrafo em Portugal, adquire o edifício e é transformado temporáriamente (1909/1912) em casa de espectáculos e divertimentos de seu nome “Music-Hall”. Era composta por três “hangares”, sendo o principal o segundo, com palco, plateia e carrousel.
“Music-Hall”, inaugurada em Novembro de 1909
Aproveitando o esqueleto da Garagem, o empresário de teatro Luiz Galhardo encomendou ao cenógrafo Augusto Pina planos para a construção de um Teatro mais amplo do que o improvisado Variedades.
Esse Teatro, inaugurado no dia 25 de Setembro de 1914, com a opereta “O Burro do Sr. Alcaide de Gervásio Lobato”, é o primeiro Eden., com o nome "Eden Teatro"
"Eden Teatro"
O nome Éden não era inédito na época, conforme salienta o jornal "A Capital" de 15 de Fevereiro de 1988. De facto, um pouco mais abaixo, nos Restauradores, onde hoje encontramos o Avenida Palace Hotel, existia o "Éden Concerto" (fundado em 1899). Outra sala de espectáculos, com um nome similar foi o "Éden Cinema" que, situado em Alcântara, na Rua do Alvito, sobreviveu até aos anos 60.
O novo Éden Teatro foi inaugurado no dia 1 de Abril de 1937, com a peça Bocage, interpretada por Estevão Amarante, numa cerimónia memorável presidida pelo Chefe de Estado marechal Carmona.
Esta última versão, aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1933, foi assinado pelo arquitecto Carlos Dias, apesar de o projecto inicial ter sido do arquitecto Cassiano Branco, que devido a desentendimentos com o proprietário, Conde de Sucena, o impediram de ser aprovado. Apesar de sempre ter sido atribuída a autoria do projecto a Cassiano Branco, este nunca a reivindicou como sendo sua.Tinha capacidade para 1.440 espectadores.
Como é referido na 26ª publicação da revista Arquivo Nacional: "Quis o conde de Sucena que o Éden se inaugurasse com peça Portuguesa,(...),e fez muito bem, porque, mais uma vez, demonstrou o seu amor à arte Nacional, como ao instalar bem o povo, no seu teatro(...)".
‘Eden’
Após a inauguração, o novo Eden apresentaria apenas mais duas revistas. Depois converteu-se definitivamente em sala de cinema sem o prestígio burguês do S. Luís ou do Tivoli (e depois do S. Jorge e do Monumental) mas com o mérito, ao longo de 50 anos de existência, de ser, no coração nobre de Lisboa, uma sala de grande cariz popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Eden foi o cinema mais concorrido de Lisboa.
Interiores do cinema ‘Eden’
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Nos anos 80 o esplendor e o brilho do Eden apagaram-se com o passar das tardes, em que as bebedeiras e as cenas de pancadaria se tornaram uma constante. Nos últimos anos passava sobretudo filmes de “western” e de artes marciais. Este cinema projectou o derradeiro filme em 31 de Janeiro de 1989. "Os Deuses Devem Estar Loucos II" fecharam as portas do Eden.
Programas
Após ter sido adquirido pelo Grupo Amorim, este edifício foi transformado no "Hotel Eden", albergando também a megastore de discos britânica “Virgin” . Após o encerramento desta megastore, o espaço foi, e é actualmente, ocupado pela “Loja do Cidadão”.
"Garage Beauvelet"
Em 1904 houve um projecto de Raúl Lino para erguer sobre o Palácio Foz, um prédio que, se tivesse sido executado, seria o único daquele arquitecto e, aliás, de extrema qualidade.
Em 1909 o stand do senhor Beauvelet muda-se para os baixos do "Avenida Palace Hotel", também na Praça dos Restauradores. No mesmo ano António dos Santos, o mesmo que apresentou pela primeira vez o animatógrafo em Portugal, adquire o edifício e é transformado temporáriamente (1909/1912) em casa de espectáculos e divertimentos de seu nome “Music-Hall”. Era composta por três “hangares”, sendo o principal o segundo, com palco, plateia e carrousel.
“Music-Hall”, inaugurada em Novembro de 1909
Aproveitando o esqueleto da Garagem, o empresário de teatro Luiz Galhardo encomendou ao cenógrafo Augusto Pina planos para a construção de um Teatro mais amplo do que o improvisado Variedades.
Esse Teatro, inaugurado no dia 25 de Setembro de 1914, com a opereta “O Burro do Sr. Alcaide de Gervásio Lobato”, é o primeiro Eden., com o nome "Eden Teatro"
"Eden Teatro"
O nome Éden não era inédito na época, conforme salienta o jornal "A Capital" de 15 de Fevereiro de 1988. De facto, um pouco mais abaixo, nos Restauradores, onde hoje encontramos o Avenida Palace Hotel, existia o "Éden Concerto" (fundado em 1899). Outra sala de espectáculos, com um nome similar foi o "Éden Cinema" que, situado em Alcântara, na Rua do Alvito, sobreviveu até aos anos 60.
O novo Éden Teatro foi inaugurado no dia 1 de Abril de 1937, com a peça Bocage, interpretada por Estevão Amarante, numa cerimónia memorável presidida pelo Chefe de Estado marechal Carmona.
Esta última versão, aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1933, foi assinado pelo arquitecto Carlos Dias, apesar de o projecto inicial ter sido do arquitecto Cassiano Branco, que devido a desentendimentos com o proprietário, Conde de Sucena, o impediram de ser aprovado. Apesar de sempre ter sido atribuída a autoria do projecto a Cassiano Branco, este nunca a reivindicou como sendo sua.Tinha capacidade para 1.440 espectadores.
Como é referido na 26ª publicação da revista Arquivo Nacional: "Quis o conde de Sucena que o Éden se inaugurasse com peça Portuguesa,(...),e fez muito bem, porque, mais uma vez, demonstrou o seu amor à arte Nacional, como ao instalar bem o povo, no seu teatro(...)".
‘Eden’
Após a inauguração, o novo Eden apresentaria apenas mais duas revistas. Depois converteu-se definitivamente em sala de cinema sem o prestígio burguês do S. Luís ou do Tivoli (e depois do S. Jorge e do Monumental) mas com o mérito, ao longo de 50 anos de existência, de ser, no coração nobre de Lisboa, uma sala de grande cariz popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Eden foi o cinema mais concorrido de Lisboa.
Interiores do cinema ‘Eden’
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Nos anos 80 o esplendor e o brilho do Eden apagaram-se com o passar das tardes, em que as bebedeiras e as cenas de pancadaria se tornaram uma constante. Nos últimos anos passava sobretudo filmes de “western” e de artes marciais. Este cinema projectou o derradeiro filme em 31 de Janeiro de 1989. "Os Deuses Devem Estar Loucos II" fecharam as portas do Eden.
Programas
Após ter sido adquirido pelo Grupo Amorim, este edifício foi transformado no "Hotel Eden", albergando também a megastore de discos britânica “Virgin” . Após o encerramento desta megastore, o espaço foi, e é actualmente, ocupado pela “Loja do Cidadão”.