III Rallye de Aveiro em 1954
Locomotivas no "Depósito de Tracção do Barreiro"
Mercearia
Fotógrafo posicionando-se …
Locomotivas no "Depósito de Tracção do Barreiro"
Mercearia
Fotógrafo posicionando-se …
1905
1917
1929
1930
1917
1929
1930
Instituto Superior de Comércio
Criada pelo Decreto de 30 de Setembro de 1755, a "Junta do Commercio destes Reynos e seus Domínios" obteve a confirmação dos seus estatutos por Decreto de 16 de Dezembro de 1756. Pela Lei de 5 de Junho de 1788 foi elevada a tribunal supremo, passando a designar-se por "Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas e Navegação".
A direcção da Junta era constituída por um provedor, um secretário, um procurador, seis deputados, um juiz conservador (por lhe ter sido concedida jurisdição privativa) e um procurador fiscal. Os deputados eram, obrigatoriamente, homens de negócios acreditados nas praças de Lisboa ou do Porto.
A Junta tinha vastas atribuições: fiscalização do comércio de retalho na cidade de Lisboa, definição da política mercantil, tomada de medidas de prevenção, repressão e fiscalização de contrabandos, fiscalização da indústria a nível nacional, supervisão da “Mesa do Bem Comum dos Mercadores”, poder judicial nas causas de comércio, naturalização de estrangeiros, supervisão da ‘Real Fábrica das Sedas’, administração e inspecção dos faróis e tudo o que dizia respeito à navegação e à “Aula do Commercio”, fundada em 1759. Tinha ainda funções de carácter consultivo relativamente à agricultura e minas.
A “Junta do Comércio” foi extinta pelo Decreto de 18 de Setembro de 1834.
O “Instituto Superior de Comércio” de Lisboa, remonta à “Aula do Commercio”, anexada em 1844 ao “Liceu de Lisboa”, com o nome de “Escola de Commercio”, e integrada em 1869 no “Instituto Industrial de Lisboa”, que passou a chamar-se “Instituto Industrial e Comercial de Lisboa”.
A “Aula do Commercio” foi o primeiro estabelecimento de ensino técnico profissional oficialmente criado no mundo.
Estatutos da Aula de Comércio, em 1759
Autoria de: Alberto Jacqueri de Sales, 2º lente da “Aula do Commercio”, (Tomos I,II,III,IV)
A “Aula do Comércio” era uma escola estatal e uma escola laica, financiada pela Junta de Comércio, sendo por isso sintoma e agente do reforço do poder do Estado.
A Junta de Comércio, acabou por trazer ao de cima a falta de ordem que havia na escrituração de muitas casas que causavam a ruína dos seus proprietários. «Desprovidos de instrução comercial, os nossos homens de negócios não podiam oferecer aos filhos os meios práticos de uma actividade lucrativa, pois raros praticavam a escrituração por partidas dobradas, muitos deles havendo que nem sequer sabiam ler e escrever».
Esta situação, aliada ao facto dos funcionários do Estado estarem mal preparados, exigia medidas urgentes e, para isso, o Marquês de Pombal criou a escola designada na época por “Aula do Comércio”.
O curso começou por ter a duração de três anos e nele ensinavam-se principalmente:
· A Aritmética;
· Os Câmbios, Pesos e Medidas;
· Seguros;
· Método de escrever os Livros, ou partidas dobradas.
Foi no "Instituto Industrial e Comercial de Lisboa" que foi criado, em 1884, o Curso Superior de Comércio; e foi esse Instituto que, em 1911, deu origem ao “Instituto Superior Técnico” e ao “Instituto Superior do Comércio” de Lisboa.
Em 29 de Novembro de 1913, o “Instituto Superior do Comércio”, abre como escola autónoma instalando-se no antigo Convento das Brígidas (Quelhas).
Este edifício fora o "Colégio do Quelhas" ou "Colégio Maria Jesus José", sito na Rua do Quelhas, e era vulgarmente chamado “Convento das Inglesinhas”, por ter sido convento das Agostinhas de Santa Brígida (Irlandesas) erguido em 1651/1656. Ficara desabitado desde 1834, ano em que as monjas o abandonaram, já que, embora súbditas de Inglaterra, temiam qualquer violência, em virtude do Decreto que extinguia em Portugal as Ordens Religiosas.
Colégio do Quelhas
Em 1910, o velho vendaval da perseguição religiosa soprou rijo sobre o florescente "Colégio do Quelhas". Na madrugada de 8 de Outubro, invadido o Colégio, as irmãs viram-se obrigadas a abandonar a casa, sendo conduzidas, em grupos, ao Arsenal da Marinha. Ao fim de 44 anos de existência, terminava assim o "Colégio Jesus Maria José".
Ainda em 1913, ano da abertura do “Instituto Superior do Comércio”, é criado um laboratório químico onde podiam trabalhar até cerca de cem alunos.
Laboratório químico
Sala de dactilografia
Em Março de 1915 é inaugurado o "Escritório-modelo". Este era composto por bancos, casas comerciais, portuguesas e estrangeiras, com escrituração e correspondência na língua da nacionalidade respectiva. O seu primeiro director foi o professor Luiz Feliciano Marrecas Ferreira, tendo-lhe sucedido o professor Severiano da Fonseca Monteiro.
Escritório-modelo
Em 1916 é inaugurado o museu comercial
O “Instituto Industrial e Comercial do Porto” viveu um percurso atribulado, pela falta de orientação definitiva, até 1918, data da publicação do Decreto n.º 5 029, de 1 de Dezembro, que separou a sua parte comercial, desdobrando-a num “Instituto Comercial do Porto” e num “Instituto Superior de Comércio do Porto”. Nesta data dá-se pela primeira vez a separação dos Institutos Comerciais em relação aos Institutos Industriais, situação que se manteve até 1924.
Instituto Superior do Comércio do Porto
Revista que se publicou entre 1918-1931
Fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, Do Porto e Não Só
O então apelidado de “Instituto Comercial do Porto” é conhecido à época por deter o maior nível de estudos mercantis da capital nortenha e também por ser um estabelecimento de ensino técnico médio com ambiência de ensino superior em diversos aspectos da sua vida académica. A conjuntura política de 1974 vem operar profundas alterações na vida deste Instituto, pois, na altura, crescem em importância os cursos de carácter marcadamente técnico. O “Instituto Comercial do Porto” muda de designação para “Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto” (ISCAP)
Em 1930, o “Instituto Superior de Comércio” de Lisboa e mais três escolas técnicas superiores (a actual Faculdade de Medicina Veterinária, o Instituto Superior de Agronomia e o Instituto Superior Técnico) formaram a Universidade Técnica de Lisboa, à qual se juntariam mais tarde os actuais Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Faculdade de Motricidade Humana e Faculdade de Arquitectura. Nessa altura a designação do Instituto Superior de Comércio foi alterada para Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, que viria a ser substituída, em 1972, pela de Instituto Superior de Economia.
Em 1990, a escola adoptou a actual designação
A direcção da Junta era constituída por um provedor, um secretário, um procurador, seis deputados, um juiz conservador (por lhe ter sido concedida jurisdição privativa) e um procurador fiscal. Os deputados eram, obrigatoriamente, homens de negócios acreditados nas praças de Lisboa ou do Porto.
A Junta tinha vastas atribuições: fiscalização do comércio de retalho na cidade de Lisboa, definição da política mercantil, tomada de medidas de prevenção, repressão e fiscalização de contrabandos, fiscalização da indústria a nível nacional, supervisão da “Mesa do Bem Comum dos Mercadores”, poder judicial nas causas de comércio, naturalização de estrangeiros, supervisão da ‘Real Fábrica das Sedas’, administração e inspecção dos faróis e tudo o que dizia respeito à navegação e à “Aula do Commercio”, fundada em 1759. Tinha ainda funções de carácter consultivo relativamente à agricultura e minas.
A “Junta do Comércio” foi extinta pelo Decreto de 18 de Setembro de 1834.
O “Instituto Superior de Comércio” de Lisboa, remonta à “Aula do Commercio”, anexada em 1844 ao “Liceu de Lisboa”, com o nome de “Escola de Commercio”, e integrada em 1869 no “Instituto Industrial de Lisboa”, que passou a chamar-se “Instituto Industrial e Comercial de Lisboa”.
A “Aula do Commercio” foi o primeiro estabelecimento de ensino técnico profissional oficialmente criado no mundo.
Estatutos da Aula de Comércio, em 1759
Autoria de: Alberto Jacqueri de Sales, 2º lente da “Aula do Commercio”, (Tomos I,II,III,IV)
A “Aula do Comércio” era uma escola estatal e uma escola laica, financiada pela Junta de Comércio, sendo por isso sintoma e agente do reforço do poder do Estado.
A Junta de Comércio, acabou por trazer ao de cima a falta de ordem que havia na escrituração de muitas casas que causavam a ruína dos seus proprietários. «Desprovidos de instrução comercial, os nossos homens de negócios não podiam oferecer aos filhos os meios práticos de uma actividade lucrativa, pois raros praticavam a escrituração por partidas dobradas, muitos deles havendo que nem sequer sabiam ler e escrever».
Esta situação, aliada ao facto dos funcionários do Estado estarem mal preparados, exigia medidas urgentes e, para isso, o Marquês de Pombal criou a escola designada na época por “Aula do Comércio”.
O curso começou por ter a duração de três anos e nele ensinavam-se principalmente:
· A Aritmética;
· Os Câmbios, Pesos e Medidas;
· Seguros;
· Método de escrever os Livros, ou partidas dobradas.
Foi no "Instituto Industrial e Comercial de Lisboa" que foi criado, em 1884, o Curso Superior de Comércio; e foi esse Instituto que, em 1911, deu origem ao “Instituto Superior Técnico” e ao “Instituto Superior do Comércio” de Lisboa.
Em 29 de Novembro de 1913, o “Instituto Superior do Comércio”, abre como escola autónoma instalando-se no antigo Convento das Brígidas (Quelhas).
Este edifício fora o "Colégio do Quelhas" ou "Colégio Maria Jesus José", sito na Rua do Quelhas, e era vulgarmente chamado “Convento das Inglesinhas”, por ter sido convento das Agostinhas de Santa Brígida (Irlandesas) erguido em 1651/1656. Ficara desabitado desde 1834, ano em que as monjas o abandonaram, já que, embora súbditas de Inglaterra, temiam qualquer violência, em virtude do Decreto que extinguia em Portugal as Ordens Religiosas.
Colégio do Quelhas
Em 1910, o velho vendaval da perseguição religiosa soprou rijo sobre o florescente "Colégio do Quelhas". Na madrugada de 8 de Outubro, invadido o Colégio, as irmãs viram-se obrigadas a abandonar a casa, sendo conduzidas, em grupos, ao Arsenal da Marinha. Ao fim de 44 anos de existência, terminava assim o "Colégio Jesus Maria José".
Ainda em 1913, ano da abertura do “Instituto Superior do Comércio”, é criado um laboratório químico onde podiam trabalhar até cerca de cem alunos.
Laboratório químico
Sala de dactilografia
Em Março de 1915 é inaugurado o "Escritório-modelo". Este era composto por bancos, casas comerciais, portuguesas e estrangeiras, com escrituração e correspondência na língua da nacionalidade respectiva. O seu primeiro director foi o professor Luiz Feliciano Marrecas Ferreira, tendo-lhe sucedido o professor Severiano da Fonseca Monteiro.
Escritório-modelo
Em 1916 é inaugurado o museu comercial
O “Instituto Industrial e Comercial do Porto” viveu um percurso atribulado, pela falta de orientação definitiva, até 1918, data da publicação do Decreto n.º 5 029, de 1 de Dezembro, que separou a sua parte comercial, desdobrando-a num “Instituto Comercial do Porto” e num “Instituto Superior de Comércio do Porto”. Nesta data dá-se pela primeira vez a separação dos Institutos Comerciais em relação aos Institutos Industriais, situação que se manteve até 1924.
Instituto Superior do Comércio do Porto
Revista que se publicou entre 1918-1931
Fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, Do Porto e Não Só
O então apelidado de “Instituto Comercial do Porto” é conhecido à época por deter o maior nível de estudos mercantis da capital nortenha e também por ser um estabelecimento de ensino técnico médio com ambiência de ensino superior em diversos aspectos da sua vida académica. A conjuntura política de 1974 vem operar profundas alterações na vida deste Instituto, pois, na altura, crescem em importância os cursos de carácter marcadamente técnico. O “Instituto Comercial do Porto” muda de designação para “Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto” (ISCAP)
Em 1930, o “Instituto Superior de Comércio” de Lisboa e mais três escolas técnicas superiores (a actual Faculdade de Medicina Veterinária, o Instituto Superior de Agronomia e o Instituto Superior Técnico) formaram a Universidade Técnica de Lisboa, à qual se juntariam mais tarde os actuais Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Faculdade de Motricidade Humana e Faculdade de Arquitectura. Nessa altura a designação do Instituto Superior de Comércio foi alterada para Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, que viria a ser substituída, em 1972, pela de Instituto Superior de Economia.
Em 1990, a escola adoptou a actual designação
Bombeiros Voluntários de Alverca (1914)
Bombeiros Voluntários de Loures (anos 30 do séc. XX)
Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis ("Studebaker" de 1942)
Bombeiros Voluntários Famalicenses ("Opel" Blitz de 1957)
Vendedor de «Banha da cobra»
Engraxador
Vendedeira de hortaliça
Alfarrabista «Mano João» no Mercado de São Bento
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa
Bombeiros Voluntários de Loures (anos 30 do séc. XX)
Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis ("Studebaker" de 1942)
Bombeiros Voluntários Famalicenses ("Opel" Blitz de 1957)
Vendedor de «Banha da cobra»
Engraxador
Vendedeira de hortaliça
Alfarrabista «Mano João» no Mercado de São Bento
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa
A Rádio em Portugal
«Se isto toca? …. Se toca!…. Liga-se à parede e é uma torneira a deitar música!… a onda bate na lâmpada e recua …. isto é … tem que arrefecer o carburador … frappé!!». Estas frases ficaram célebres na boca do grande actor António Silva no filme “Costa do Castelo” de 1943, a propósito da sintonia dum aparelho de rádio resgatado da “loja de prego” (loja de penhores) para a festa de aniversário da Luizinha ( Milú ) …
A rádio nas primeiras décadas era feita em directo com audiências, orquestras e artistas ao vivo nos estúdios, e que é muito bem retratado no grande filme português que foi “A Menina da Rádio” de 1944 e realizado por Arthur Duarte.
A radiodifusão portuguesa teve o seu primeiro fôlego a 24 Abril de 1914, altura em que Fernando Cardelho de Medeiros, efectuou o primeiro programa radiofónico português, a 24 de Abril de 1914. Outras emissões se seguiram, mas sempre no domínio da Telefonia Sem Fios e não no da radiodifusão. As primeiras tentativas de montar uma estação emissora de radiodifusão sonora em Portugal, são fruto do esforço de particulares, em especial do radioamador P1AA, Abílio Nunes dos Santos Júnior.
Esta "Estação de Rádio CT1AA" , fundada em 1925, funcionava nos Grandes Armazéns do Chiado, representantes em Portugal dos rádios Philips e R.C.A.
Outra estação emissora a “CT1DY” começou por ser um pequeno posto emissor. Esta estação emissora rapidamente passa por grandes transformações trazendo muitas inovações ao meio radiofónico português.
A “CT1DY” em 1930, passa a chamar-se “CT1DY – Rádio Parede”, em 1931 passa a designar-se por “CT1 GL – Rádio Clube da Costa do Sol” e ainda nesse ano “CT1 GL – Rádio Clube Português”. A 21 de Abril de 1931, a “CT1 DY” muda de indicativo e de nome para “CT1GL - Rádio Clube da Costa do Sol”, mais tarde em 22 de Novembro o nome volta a mudar para “R.C.P.- Rádio Clube Português”, fundado por Alberto Lima Bastos e Jorge Botelho Moniz, que se manteve até 1975, altura em que foi nacionalizada e converte-se na “R.D.P. - Rádio Comercial”. Em 1993, é privatizada e a designação passa a ser só de “Rádio Comercial”.
Emissores do Rádio Clube Português, na Parede
Crachat Postal publicitário
Em 1958 é arrendada uma garagem na rua Sampaio e Pina, em Lisboa, para instalar os estúdios e demais serviços do “Rádio Clube Português”.
Estúdio 6 do Rádio Clube Português Central Técnica do RCP na Rua Sampaio Pina
Carlos Marques na Régie 2 do RCP Carlos Carrilho na Régie 4 do RCP
Rádio Clube Português - Estúdio Móvel no programa «Praias de Portugal», em 1972
Franklin Rodrigues na central técnica do RCP Alfredo Alvela aos microfones do RCP
Fernando Peres, Rui Castelar, Adélia Pedrosa, Maria José Vilar e Maria Tereza Quintas
José do Nascimento Luís Pereira de Sousa
Lista de canções proibidas em 1972
Marques Vidal em 1953 Matos Maia e António Miguel
A 12 de Março de 2003 a marca Rádio Clube Português regressou por iniciativa do grupo Media Capital e foi depois convertida num modelo mais informativo em Janeiro de 2007. Encerrou a 11 de Julho de 2010 ao fim de 79 anos de actividade sendo a mais antiga estação de rádio em Portugal….
Foram programas de grande êxito: “Os Companheiros da Alegria”, com os actores Vasco Santana, Igrejas Caeiro e Irene Velez no R.C.P. em 1947; ”Zéquinha e Lélé" com os actores Maria Matos, Vasco Santana, Irene Velez e Henrique Santana na, Emissora Nacional em 1951; "Domingo Sonoro" com os actores Helena Branco, Artur Agostinho, Josefina Silva e António Silva e apresentado por Maria Leonor e Olavo d'Eça Leal.
“Zéquinha e Lélé “ ,1947 "Companheiros da Alegria", de 1951
"Domingo Sonoro"
Por iniciativa do então Ministro das Obras Públicas e Comunicações o Engº Duarte Pacheco, em 1932 iniciam-se as primeiras experiências com um emissor de Onda Média, e posteriormente em 1934 para ondas curtas, para a instalação da futura “Emissora Nacional de Radiodifusão”.
Contudo, o primeiro passo para a sua constituição já tinha sido dado em 1930, aquando de um decreto que criou, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Rádio Eléctricos, autorizando, em simultâneo, a aquisição dos primeiros emissores de onda média e onda curta em Portugal.
As primeiras emissões experimentais em Onda Média são efectuadas em Maio de 1932 e em Agosto de 1934 é a vez das emissões em Onda Curta, dirigidas às colónias e estrangeiro, através de um emissor de 500 Watts. Os primeiros estúdios são situados nas instalações de Barcarena, mas ainda em 1934 foram transferidos para o n.º 2 da Rua do Quelhas, onde se mantiveram até 1996.
Oficialmente, a "Emissora Nacional de Radiodifusão", usualmente designada apenas por "Emissora Nacional" da qual a actual "RDP - Rádiodifusão Portuguesa" é sucessora, iniciou as suas experiências em Maio de 1934.
Inauguração oficial foi em 4 de Agosto de 1935. Na foto abaixo podem-se ver da esquerda para a direita: engº Manuel Bívar; Pires Cardoso, Presidente da República general António Óscar de Fragoso Carmona, capitão Henrique Galvão, engº Duarte Pacheco e Manuel Rodrigues Júnior.
O capitão Henrique Galvão diria ao concluir o seu discurso na cerimónia da inauguração:
«Em resumo: A Emissora Nacional, realização do Estado Novo é hoje, como mais um soldado que se alista, uma força ao serviço do Estado Novo»
Três anos depois, a sua capacidade de emissão era alargada para atingir a diáspora portuguesa. Data dessa altura o lançamento de um programa de referência - a "Hora da Saudade" - destinado aos emigrantes no continente americano e aos pescadores da frota bacalhoeira.
Madalena Iglésias sintonizando o seu auto-rádio
Já na vigência do Estado Novo é constituída a Comissão Administrativa dos Estúdios das Emissoras Nacionais. Um estudo levado a cabo em 1933, e apresentado na lei orgânica da “Emissora Nacional”, declara que nesse ano o número de radio ouvintes não ultrapassava em muito os dezasseis mil, sendo essencialmente urbanos, distribuídos pelas cidades de Porto, Lisboa, Coimbra e Braga. Claro que não era alheio ao facto dos ouvintes serem na esmagadora maioria citadinos a quase nula electrificação dos meios rurais
Revista Rádio Nacional em 1943 da EN Primeiro número da Revista Álbum da Canção de 1963
Revista Ilustração Portuguesa em1947
Ainda em 1934, os estúdios eram transferidos de Barcarena para a Rua do Quelhas, na freguesia da Encarnação . Este edifício da antiga Emissora Nacional, construída sobre parte do Convento das Brígidas (Quelhas) erigido em 1651/56, depois do incêndio do primeiro convento de 1594. O actual edifício tem projecto de 1933 da autoria do Arq. Adelino Nunes e foi inaugurado em 1935. A EN manteve-se neste edifício até meados dos anos 90. Actualmente, nessa mesma rua, mas num outro edifício que outrora acolheu o histórico "Rádio Clube Português", funciona o Museu da Rádio.
Áurea Rodrigues, Maria Resende e Fernando Pessa e o edifício da Emissora Nacional na Rua do Quelhas
Carro de exteriores da EN
Central técnica da EN na Rua do Quelhas Central de telex
Entretanto em 1936 é fundada outra grande estação de rádio a “Rádio Renascença - Emissora Católica Portuguesa”.
Fundada por Monsenhor Manuel Lopes da Cruz, as emissões experimentais tiveram início em Junho de 1936 com um emissor instalado em Lisboa. A 1 de Janeiro de 1937 iniciaram-se as emissões regulares. Um mês depois do início das emissões diárias, os estúdios da Rua Capelo ficaram prontos e a "Rádio Renascença" instalou-se nesse local onde ainda hoje permanece.
Pedro Rolo Duarte na RR em 1984 Fernando de Sousa na RR
Consola de régie de emissão
Equipamento de FM da RR Emissores da RR
Em 1975 foi ocupada pelos trabalhadores, mas em Dezembro desse ano foi devolvida à Igreja Católica e, ao contrário da quase totalidade das emissoras existentes, nunca chegou a ser nacionalizada.
Em 1940, a "Emissora Nacional", libertou-se da tutela dos CTT, iniciando-se, nessa altura, o modelo de implantação regional no continente e ilhas.
Baseada num modelo sóbrio de apresentação e recorrendo a locutores de alta qualidade, a "Emissora Nacional", embora assumindo sistematicamente o seu papel de órgão de propaganda do chamado Estado Novo, soube desenvolver uma cultura própria que influenciou fortemente a sociedade e marcou decisivamente a história da rádio em Portugal.
Isabel Wolmar, e Norberto Barroca, Álvaro Faria, José Manuel Nunes e Estrela Serrano na EN
Era o tempo da rádio em directo, com orquestra e cantores que tinham de fazer rigorosos castings para entrar. A entrada na "Emissora Nacional" era meio caminho para o sucesso. Lá iniciaram o seu estrelato Irmãs Meirelles, Alberto Ribeiro, Luís Piçarra, Curado Ribeiro, Hermínia Silva, Milú, Maria Clara, Artur Garcia, Tony de Matos, Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, etc, etc. O salário de uma vedeta da rádio rondava os 300$00 (1,5 €).
Milita, Rosário e Cidália
A EN emite uma super produção radiofónica em folhetins: "As Pupilas do Senhor Reitor", adaptação de Adolfo Simões Müller com Estevão do Amarante e Vasco Santana.
A seguir, fotos da 2ª estação da Emissora Nacional em Onda Média, em Castanheira do Ribatejo.
Fotos seguintes: Na primeira foto: Gil Montalverne no estúdio 1 de Onda Média; na foto da direita, pode-se reconhecer mesmo ao centro o grande locutor Jorge Alves (de fato escuro) que acabou a sua vida profissional a apresentar o programa Cartaz TV na RTP, nos finas dos anos 60 e princípio dos anos 70. Jorge Alves foi um dos primeiros locutores da RTP em 1957. Na quarta foto Olavo d'Eça Leal.
Da dinâmica inicial, que se estendeu ao longo dos anos 50, surgiram as orquestras da Emissora Nacional - Sinfónica, Típica e Ligeira - o Centro de Formação de Artistas da Rádio, onde se revelaram alguns dos grandes nomes da música portuguesa, os folhetins radiofónico, rádio-teatro e programas, com destaque para o "Domingo Sonoro" e os "Diálogos da Lelé e do Zequinha" que ficaram na memória colectiva dos portugueses.
Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional no Mosteiro dos Jerónimos
Eunice Muñoz e família junto do rádio Crianças e os rádios junto ao Estádio do SCP
1947
1961 1961
Interior da "Guimar, Lda." "Telefonia de Lisboa"
Um dos mais carismáticos e conhecidos locutores da rádio, e principalmente na vertente desportiva foi Artur Agostinho. Iniciou-se em 1938, como locutor da "Rádio Luso", em Lisboa, exercendo, depois, as mesmas funções na "Rádio Voz de Lisboa", "Clube Radiofónico de Portugal", "Rádio Peninsular" e "Rádio Clube Português", até que em 1945, com 25 anos de idade, ingressou na "Emissora Nacional", através de concurso público, onde se manteve até 1969, ano em que solicitou a licença ilimitada, por força das múltiplas actividades que vinha desenvolvendo noutras áreas.
Artur Agostinho
Em 1947 surgiram os “Parodiantes de Lisboa”, criado pelos irmão Rui e José Andrade. Além de José Andrade, estiveram também na sua fundação Eduardo Ferro Rodrigues, Manuel Puga, Mário Ceia, Mário de Meneses Santos e Santos Fernando. Começaram com um programa denominado "Parada da Paródia", que ia para o ar às terças-feiras, às 20 horas, através da Rádio Peninsular, naquele tempo instalada na Rua Voz do Operário. Com o evento da publicidade, os “Parodiantes de Lisboa”, começaram a lançar novos programas, ainda nos Emissores Associados de Lisboa. Assim nasceu o programa "Graça com Todos", no Rádio Clube Português. Este programa chegou a ser transmitido, simultaneamente, em Lisboa, Porto, Madeira, Angola, Moçambique e em muitas estações estrangeiras destinadas aos emigrantes.
Em 1954 é inaugurado oficialmente, pelo Presidente da República General Francisco Craveiro Lopes, o Centro Emissor de Onda Curta e Onda Média de S. Gabriel em Pegões. A “EN” passa a transmitir para o estrangeiro o seu "Serviço Internacional".
Programa da Câmara Municipal de Lisboa, na Emissora Nacional em 1959
Duas faces do postal da Emissora Nacional de Radiodifusão
A Rádio populariza nomes de realizadores de programas, como Adolfo Simões Muller, Olavo d’Eça Leal, Francisco Mata, Aníbal Nazaré e Nelson de Barros e de locutores como Fernando Pessa, Jorge Alves, João da Câmara, Pedro Moutinho, Artur Agostinho e Maria Leonor.
Em 1956 a “Emissora Nacional” inaugura os seus dois primeiros emissores de Frequência Modulada em Lisboa e Lousã e o “Rádio Clube Português” inaugura o seu emissor de Onda Média, em Miramar, perto do Porto, com uma potência superior a 50 kw. No mesmo ano são efectuadas as primeiras reportagens, em directo, por ocasião da visita do Chefe do Estado ao Ultramar, efectuadas pela “Emissora Nacional”.
Em 1960 começa a ser transmitido na Onda Média da "Rádio Renascença" o programa "CDC -Clube das Donas de Casa". Este programa acabaria na “RR” em 1963, reaparecendo no ano seguinte no “Rádio Clube Português”, tendo durado até 1974. Armando Marques Ferreira e Victor Marques foram os realizadores na “RR” e Henrique Mendes e Júlio Isidro no “RCP”. Faziam parte da equipa, nas duas estações: Dora Maria, Luís Mendonça, Victor Marques, Armando Marques Ferreira, Maria José Baião, Costa Pereira, Henrique Mendes, Maria João Aguiar, João David Nunes, Júlio Isidro, Maria Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.
1946 1955
Fernando Pessa numa tentativa de entrevista para a EN … Escritório de Fernando Pessa
Em 1975 são nacionalizadas as rádios em Portugal, com excepção da “Rádio Renascença”, “Rádio Altitude” e da “Rádio Pólo Norte” que se passaria a chamar mais tarde “Rádio Clube do Centro- Emissora das Beiras”.
O maior posto emissor da Rádio Europa Livre funcionou durante quase 50 anos em Glória do Ribatejo no concelho de Salvaterra de Magos, a algumas dezenas de quilómetros de Lisboa, colocando esta região na rota da "guerra fria". No início dos anos 50 foi construído na Glória do Ribatejo um centro retransmissor em onda curta da Rádio Europa Livre (RARET), que transmitia para os países do Leste europeu o American Way of Life. Este complexo, controlado pelos americanos, transmitia incessantemente programas para os países dominados pelo comunismo, gravados na Alemanha por dissidentes e combatentes do regime soviético e transmitidos, para lá da "cortina de ferro", a partir de Portugal.
RARET em Glória do Ribatejo
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital, Telefonia Sem Fios
Nota: os meus agradecimentos ao sr. Júlio César que me facultou fotos do seu espólio, principalmente do RCP, da RR e algumas da EN.
Para consultar lista das principais estações de Rádio em Portugal, desde 1914, aceder à página neste blogue “Estações de Rádio (1914-1974) e 2011".
A rádio nas primeiras décadas era feita em directo com audiências, orquestras e artistas ao vivo nos estúdios, e que é muito bem retratado no grande filme português que foi “A Menina da Rádio” de 1944 e realizado por Arthur Duarte.
A radiodifusão portuguesa teve o seu primeiro fôlego a 24 Abril de 1914, altura em que Fernando Cardelho de Medeiros, efectuou o primeiro programa radiofónico português, a 24 de Abril de 1914. Outras emissões se seguiram, mas sempre no domínio da Telefonia Sem Fios e não no da radiodifusão. As primeiras tentativas de montar uma estação emissora de radiodifusão sonora em Portugal, são fruto do esforço de particulares, em especial do radioamador P1AA, Abílio Nunes dos Santos Júnior.
Esta "Estação de Rádio CT1AA" , fundada em 1925, funcionava nos Grandes Armazéns do Chiado, representantes em Portugal dos rádios Philips e R.C.A.
Outra estação emissora a “CT1DY” começou por ser um pequeno posto emissor. Esta estação emissora rapidamente passa por grandes transformações trazendo muitas inovações ao meio radiofónico português.
A “CT1DY” em 1930, passa a chamar-se “CT1DY – Rádio Parede”, em 1931 passa a designar-se por “CT1 GL – Rádio Clube da Costa do Sol” e ainda nesse ano “CT1 GL – Rádio Clube Português”. A 21 de Abril de 1931, a “CT1 DY” muda de indicativo e de nome para “CT1GL - Rádio Clube da Costa do Sol”, mais tarde em 22 de Novembro o nome volta a mudar para “R.C.P.- Rádio Clube Português”, fundado por Alberto Lima Bastos e Jorge Botelho Moniz, que se manteve até 1975, altura em que foi nacionalizada e converte-se na “R.D.P. - Rádio Comercial”. Em 1993, é privatizada e a designação passa a ser só de “Rádio Comercial”.
Emissores do Rádio Clube Português, na Parede
Crachat Postal publicitário
Em 1958 é arrendada uma garagem na rua Sampaio e Pina, em Lisboa, para instalar os estúdios e demais serviços do “Rádio Clube Português”.
Estúdio 6 do Rádio Clube Português Central Técnica do RCP na Rua Sampaio Pina
Carlos Marques na Régie 2 do RCP Carlos Carrilho na Régie 4 do RCP
Rádio Clube Português - Estúdio Móvel no programa «Praias de Portugal», em 1972
Franklin Rodrigues na central técnica do RCP Alfredo Alvela aos microfones do RCP
Fernando Peres, Rui Castelar, Adélia Pedrosa, Maria José Vilar e Maria Tereza Quintas
José do Nascimento Luís Pereira de Sousa
Lista de canções proibidas em 1972
Marques Vidal em 1953 Matos Maia e António Miguel
A 12 de Março de 2003 a marca Rádio Clube Português regressou por iniciativa do grupo Media Capital e foi depois convertida num modelo mais informativo em Janeiro de 2007. Encerrou a 11 de Julho de 2010 ao fim de 79 anos de actividade sendo a mais antiga estação de rádio em Portugal….
Foram programas de grande êxito: “Os Companheiros da Alegria”, com os actores Vasco Santana, Igrejas Caeiro e Irene Velez no R.C.P. em 1947; ”Zéquinha e Lélé" com os actores Maria Matos, Vasco Santana, Irene Velez e Henrique Santana na, Emissora Nacional em 1951; "Domingo Sonoro" com os actores Helena Branco, Artur Agostinho, Josefina Silva e António Silva e apresentado por Maria Leonor e Olavo d'Eça Leal.
“Zéquinha e Lélé “ ,1947 "Companheiros da Alegria", de 1951
"Domingo Sonoro"
Por iniciativa do então Ministro das Obras Públicas e Comunicações o Engº Duarte Pacheco, em 1932 iniciam-se as primeiras experiências com um emissor de Onda Média, e posteriormente em 1934 para ondas curtas, para a instalação da futura “Emissora Nacional de Radiodifusão”.
Contudo, o primeiro passo para a sua constituição já tinha sido dado em 1930, aquando de um decreto que criou, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Rádio Eléctricos, autorizando, em simultâneo, a aquisição dos primeiros emissores de onda média e onda curta em Portugal.
As primeiras emissões experimentais em Onda Média são efectuadas em Maio de 1932 e em Agosto de 1934 é a vez das emissões em Onda Curta, dirigidas às colónias e estrangeiro, através de um emissor de 500 Watts. Os primeiros estúdios são situados nas instalações de Barcarena, mas ainda em 1934 foram transferidos para o n.º 2 da Rua do Quelhas, onde se mantiveram até 1996.
Oficialmente, a "Emissora Nacional de Radiodifusão", usualmente designada apenas por "Emissora Nacional" da qual a actual "RDP - Rádiodifusão Portuguesa" é sucessora, iniciou as suas experiências em Maio de 1934.
Inauguração oficial foi em 4 de Agosto de 1935. Na foto abaixo podem-se ver da esquerda para a direita: engº Manuel Bívar; Pires Cardoso, Presidente da República general António Óscar de Fragoso Carmona, capitão Henrique Galvão, engº Duarte Pacheco e Manuel Rodrigues Júnior.
O capitão Henrique Galvão diria ao concluir o seu discurso na cerimónia da inauguração:
«Em resumo: A Emissora Nacional, realização do Estado Novo é hoje, como mais um soldado que se alista, uma força ao serviço do Estado Novo»
Três anos depois, a sua capacidade de emissão era alargada para atingir a diáspora portuguesa. Data dessa altura o lançamento de um programa de referência - a "Hora da Saudade" - destinado aos emigrantes no continente americano e aos pescadores da frota bacalhoeira.
Madalena Iglésias sintonizando o seu auto-rádio
Já na vigência do Estado Novo é constituída a Comissão Administrativa dos Estúdios das Emissoras Nacionais. Um estudo levado a cabo em 1933, e apresentado na lei orgânica da “Emissora Nacional”, declara que nesse ano o número de radio ouvintes não ultrapassava em muito os dezasseis mil, sendo essencialmente urbanos, distribuídos pelas cidades de Porto, Lisboa, Coimbra e Braga. Claro que não era alheio ao facto dos ouvintes serem na esmagadora maioria citadinos a quase nula electrificação dos meios rurais
Revista Rádio Nacional em 1943 da EN Primeiro número da Revista Álbum da Canção de 1963
Revista Ilustração Portuguesa em1947
Ainda em 1934, os estúdios eram transferidos de Barcarena para a Rua do Quelhas, na freguesia da Encarnação . Este edifício da antiga Emissora Nacional, construída sobre parte do Convento das Brígidas (Quelhas) erigido em 1651/56, depois do incêndio do primeiro convento de 1594. O actual edifício tem projecto de 1933 da autoria do Arq. Adelino Nunes e foi inaugurado em 1935. A EN manteve-se neste edifício até meados dos anos 90. Actualmente, nessa mesma rua, mas num outro edifício que outrora acolheu o histórico "Rádio Clube Português", funciona o Museu da Rádio.
Áurea Rodrigues, Maria Resende e Fernando Pessa e o edifício da Emissora Nacional na Rua do Quelhas
Carro de exteriores da EN
Central técnica da EN na Rua do Quelhas Central de telex
Entretanto em 1936 é fundada outra grande estação de rádio a “Rádio Renascença - Emissora Católica Portuguesa”.
Fundada por Monsenhor Manuel Lopes da Cruz, as emissões experimentais tiveram início em Junho de 1936 com um emissor instalado em Lisboa. A 1 de Janeiro de 1937 iniciaram-se as emissões regulares. Um mês depois do início das emissões diárias, os estúdios da Rua Capelo ficaram prontos e a "Rádio Renascença" instalou-se nesse local onde ainda hoje permanece.
Pedro Rolo Duarte na RR em 1984 Fernando de Sousa na RR
Consola de régie de emissão
Equipamento de FM da RR Emissores da RR
Em 1975 foi ocupada pelos trabalhadores, mas em Dezembro desse ano foi devolvida à Igreja Católica e, ao contrário da quase totalidade das emissoras existentes, nunca chegou a ser nacionalizada.
Em 1940, a "Emissora Nacional", libertou-se da tutela dos CTT, iniciando-se, nessa altura, o modelo de implantação regional no continente e ilhas.
Baseada num modelo sóbrio de apresentação e recorrendo a locutores de alta qualidade, a "Emissora Nacional", embora assumindo sistematicamente o seu papel de órgão de propaganda do chamado Estado Novo, soube desenvolver uma cultura própria que influenciou fortemente a sociedade e marcou decisivamente a história da rádio em Portugal.
Isabel Wolmar, e Norberto Barroca, Álvaro Faria, José Manuel Nunes e Estrela Serrano na EN
Era o tempo da rádio em directo, com orquestra e cantores que tinham de fazer rigorosos castings para entrar. A entrada na "Emissora Nacional" era meio caminho para o sucesso. Lá iniciaram o seu estrelato Irmãs Meirelles, Alberto Ribeiro, Luís Piçarra, Curado Ribeiro, Hermínia Silva, Milú, Maria Clara, Artur Garcia, Tony de Matos, Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, etc, etc. O salário de uma vedeta da rádio rondava os 300$00 (1,5 €).
Milita, Rosário e Cidália
A EN emite uma super produção radiofónica em folhetins: "As Pupilas do Senhor Reitor", adaptação de Adolfo Simões Müller com Estevão do Amarante e Vasco Santana.
A seguir, fotos da 2ª estação da Emissora Nacional em Onda Média, em Castanheira do Ribatejo.
Fotos seguintes: Na primeira foto: Gil Montalverne no estúdio 1 de Onda Média; na foto da direita, pode-se reconhecer mesmo ao centro o grande locutor Jorge Alves (de fato escuro) que acabou a sua vida profissional a apresentar o programa Cartaz TV na RTP, nos finas dos anos 60 e princípio dos anos 70. Jorge Alves foi um dos primeiros locutores da RTP em 1957. Na quarta foto Olavo d'Eça Leal.
Da dinâmica inicial, que se estendeu ao longo dos anos 50, surgiram as orquestras da Emissora Nacional - Sinfónica, Típica e Ligeira - o Centro de Formação de Artistas da Rádio, onde se revelaram alguns dos grandes nomes da música portuguesa, os folhetins radiofónico, rádio-teatro e programas, com destaque para o "Domingo Sonoro" e os "Diálogos da Lelé e do Zequinha" que ficaram na memória colectiva dos portugueses.
Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional no Mosteiro dos Jerónimos
Eunice Muñoz e família junto do rádio Crianças e os rádios junto ao Estádio do SCP
1947
1961 1961
Interior da "Guimar, Lda." "Telefonia de Lisboa"
Um dos mais carismáticos e conhecidos locutores da rádio, e principalmente na vertente desportiva foi Artur Agostinho. Iniciou-se em 1938, como locutor da "Rádio Luso", em Lisboa, exercendo, depois, as mesmas funções na "Rádio Voz de Lisboa", "Clube Radiofónico de Portugal", "Rádio Peninsular" e "Rádio Clube Português", até que em 1945, com 25 anos de idade, ingressou na "Emissora Nacional", através de concurso público, onde se manteve até 1969, ano em que solicitou a licença ilimitada, por força das múltiplas actividades que vinha desenvolvendo noutras áreas.
Artur Agostinho
Em 1947 surgiram os “Parodiantes de Lisboa”, criado pelos irmão Rui e José Andrade. Além de José Andrade, estiveram também na sua fundação Eduardo Ferro Rodrigues, Manuel Puga, Mário Ceia, Mário de Meneses Santos e Santos Fernando. Começaram com um programa denominado "Parada da Paródia", que ia para o ar às terças-feiras, às 20 horas, através da Rádio Peninsular, naquele tempo instalada na Rua Voz do Operário. Com o evento da publicidade, os “Parodiantes de Lisboa”, começaram a lançar novos programas, ainda nos Emissores Associados de Lisboa. Assim nasceu o programa "Graça com Todos", no Rádio Clube Português. Este programa chegou a ser transmitido, simultaneamente, em Lisboa, Porto, Madeira, Angola, Moçambique e em muitas estações estrangeiras destinadas aos emigrantes.
Em 1954 é inaugurado oficialmente, pelo Presidente da República General Francisco Craveiro Lopes, o Centro Emissor de Onda Curta e Onda Média de S. Gabriel em Pegões. A “EN” passa a transmitir para o estrangeiro o seu "Serviço Internacional".
Programa da Câmara Municipal de Lisboa, na Emissora Nacional em 1959
Duas faces do postal da Emissora Nacional de Radiodifusão
A Rádio populariza nomes de realizadores de programas, como Adolfo Simões Muller, Olavo d’Eça Leal, Francisco Mata, Aníbal Nazaré e Nelson de Barros e de locutores como Fernando Pessa, Jorge Alves, João da Câmara, Pedro Moutinho, Artur Agostinho e Maria Leonor.
Em 1956 a “Emissora Nacional” inaugura os seus dois primeiros emissores de Frequência Modulada em Lisboa e Lousã e o “Rádio Clube Português” inaugura o seu emissor de Onda Média, em Miramar, perto do Porto, com uma potência superior a 50 kw. No mesmo ano são efectuadas as primeiras reportagens, em directo, por ocasião da visita do Chefe do Estado ao Ultramar, efectuadas pela “Emissora Nacional”.
Em 1960 começa a ser transmitido na Onda Média da "Rádio Renascença" o programa "CDC -Clube das Donas de Casa". Este programa acabaria na “RR” em 1963, reaparecendo no ano seguinte no “Rádio Clube Português”, tendo durado até 1974. Armando Marques Ferreira e Victor Marques foram os realizadores na “RR” e Henrique Mendes e Júlio Isidro no “RCP”. Faziam parte da equipa, nas duas estações: Dora Maria, Luís Mendonça, Victor Marques, Armando Marques Ferreira, Maria José Baião, Costa Pereira, Henrique Mendes, Maria João Aguiar, João David Nunes, Júlio Isidro, Maria Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.
1946 1955
Fernando Pessa numa tentativa de entrevista para a EN … Escritório de Fernando Pessa
Em 1975 são nacionalizadas as rádios em Portugal, com excepção da “Rádio Renascença”, “Rádio Altitude” e da “Rádio Pólo Norte” que se passaria a chamar mais tarde “Rádio Clube do Centro- Emissora das Beiras”.
O maior posto emissor da Rádio Europa Livre funcionou durante quase 50 anos em Glória do Ribatejo no concelho de Salvaterra de Magos, a algumas dezenas de quilómetros de Lisboa, colocando esta região na rota da "guerra fria". No início dos anos 50 foi construído na Glória do Ribatejo um centro retransmissor em onda curta da Rádio Europa Livre (RARET), que transmitia para os países do Leste europeu o American Way of Life. Este complexo, controlado pelos americanos, transmitia incessantemente programas para os países dominados pelo comunismo, gravados na Alemanha por dissidentes e combatentes do regime soviético e transmitidos, para lá da "cortina de ferro", a partir de Portugal.
RARET em Glória do Ribatejo
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital, Telefonia Sem Fios
Nota: os meus agradecimentos ao sr. Júlio César que me facultou fotos do seu espólio, principalmente do RCP, da RR e algumas da EN.
Para consultar lista das principais estações de Rádio em Portugal, desde 1914, aceder à página neste blogue “Estações de Rádio (1914-1974) e 2011".
Móveis Olaio
No início dos anos 50 do século XX, na industria de mobiliário, algumas oficinas de produção artesanal e as fábricas, nas quais predominava ainda o trabalho manual, perceberam que a época era de mudança.
A “Sousa Braga & Filhos, Lda”, a “Casa Jalco”, a “Olaio - Móveis e Decoração”, a “Jerónimo Osório de Castro” depois “FOC’” a “MIT”, mais tarde “Longra” e “Altamira”, foram as que mais rápidamente aderiram aos novos desafios.
Nestas empresas, a produção manual de mobiliário, em quantidades que variavam consoante o número de funcionários, onde muitas vezes se produzia a peça única por encomenda, cedeu lugar, gradualmente, à produção mecanizada onde o artífice passava por momentos a operário e a ferramenta a máquina, passando os dois processos a coexistir.
Stand de Exposição
Em 1860, José Olaio, jovem marceneiro ardiloso, filho de moleiros, comprou um par de caixotes de madeira na “Casa Havaneza" e transformou-os em duas mesas-de-cabeceira em folha de raiz de mogno. Em 1886 abre uma oficina de marcenaria. Em 1886 monta uma marcenaria na Rua da Atalaia, em Lisboa que mais tarde se transforma também em armazém e loja de móveis novos e usados. Era o princípio da “Móveis Olaio”.
Anúncio em 1896
1928
Antes de fundar a fábrica, em 1939, em Sacavém, José Olaio teve algumas marcenarias domésticas, que mantinha com trabalho de sol a sol. A empresa chegou a ter cerca de 500 trabalhadores e marca indelevelmente o design de interiores em Portugal.
A “Olaio - Móveis e Decorações”, da “José Olaio & Cª (Filho)” nasceu de uma oficina de marcenaria nortenha, e em 1939 inaugura na Bobadela, junto a Sacavém uma importante unidade industrial. Esteve sempre, por tradição, ligada ao fabrico de mobiliário em madeira e seus derivados, e terá sido porventura a primeira a produzir mobiliário em série neste material, como forma de satisfazer importantes encomendas estatais, principalmente no domínio dos equipamentos para serviços e repartições públicas. Estão-lhe associadas a qualidade da madeira maciça, a preocupação com as ferragens e perfeccionismo nos acabamentos.
Instalações fabris na Bobadela (Sacavém)
A sua produção, no que respeita ao mobiliário doméstico, no entanto, e até finais da década de 50, pouco se terá afastado duma produção arquitectónica apelidada de «Português Suave».
Esta Fábrica em 1962 foi ampliada, viu renovado o equipamento fabril, melhoradas as condições de trabalho, passando a produzir em grande série. A influência dinamarquesa, produção de qualidade em série, chegou aos Móveis Olaio nos anos 60 pela mão dos proprietários, do Engenheiro Herbert Brehm e do Designer José Espinho, produzindo móveis funcionais e utilitários, em linhas simples e claras. José Espinho entre 1951-1973 formou o gosto, as linhas, o progresso dos móveis Olaio, muitos deles aqui retratados neste artigo por Horácio Novaes.
Como exemplos de grandes fornecimentos estão "Hotel Estoril-Sol", em conjunto com os “Móveis Sousa Braga”, e o equipamento ao edifício da Biblioteca Nacional, no Campo Grande em Lisboa, em conjunto com a “Altamira’”e a “FOC”, e o Casino Estoril entre outros.
Em 1989, a família Olaio vendeu a empresa, que viria a encerrar, em 1995, já sob a tutela dos novos proprietários. As antigas instalações fabris, na Bobadela, são hoje o Parque Industrial Olaio, sede de algumas empresas que aí se instalaram. Foi decretada a falência da ‘Olaio - Indústria de Móveis, S.A.’ em 21 de Abril de 2008.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Documento gentilmente cedido por APS editor do blog Ruas de Lisboa Com Alguma História
Recentemente, João Olaio e José Pedro Olaio, bisneto e neto do fundador, resolveram criar uma nova fábrica, de raiz, em Torres Vedras, na freguesia de Dois Portos para a qual recrutaram antigos operários. João Chichorro, Francisco e André Espinho são os designers. Sua designação: “Móveis Olaio - Indústria de Mobiliário José Olaio II, Lda.” . Os saudosistas que não esperem apenas a Olaio de antigamente. O estilo é contemporâneo e os produtos de alta qualidade, com especial destaque para as peças das áreas de restauração e escritório, apreciadas um pouco por todo o mundo.
As ferragens, por exemplo, não podem ser as mesmas, até porque surgiram normas da UE que não existiam à época. Novas criações coexistem, assim, com versões actualizadas de móveis que marcam a história da empresa, caso do estirador J.E.
Publicidade dos anos 50 Capa de catálogo
"Móveis Olaio" fornecedora do "Hotel Estoril-Sol" em 1965
A “Sousa Braga & Filhos, Lda”, a “Casa Jalco”, a “Olaio - Móveis e Decoração”, a “Jerónimo Osório de Castro” depois “FOC’” a “MIT”, mais tarde “Longra” e “Altamira”, foram as que mais rápidamente aderiram aos novos desafios.
Nestas empresas, a produção manual de mobiliário, em quantidades que variavam consoante o número de funcionários, onde muitas vezes se produzia a peça única por encomenda, cedeu lugar, gradualmente, à produção mecanizada onde o artífice passava por momentos a operário e a ferramenta a máquina, passando os dois processos a coexistir.
Stand de Exposição
Em 1860, José Olaio, jovem marceneiro ardiloso, filho de moleiros, comprou um par de caixotes de madeira na “Casa Havaneza" e transformou-os em duas mesas-de-cabeceira em folha de raiz de mogno. Em 1886 abre uma oficina de marcenaria. Em 1886 monta uma marcenaria na Rua da Atalaia, em Lisboa que mais tarde se transforma também em armazém e loja de móveis novos e usados. Era o princípio da “Móveis Olaio”.
Anúncio em 1896
1928
Antes de fundar a fábrica, em 1939, em Sacavém, José Olaio teve algumas marcenarias domésticas, que mantinha com trabalho de sol a sol. A empresa chegou a ter cerca de 500 trabalhadores e marca indelevelmente o design de interiores em Portugal.
A “Olaio - Móveis e Decorações”, da “José Olaio & Cª (Filho)” nasceu de uma oficina de marcenaria nortenha, e em 1939 inaugura na Bobadela, junto a Sacavém uma importante unidade industrial. Esteve sempre, por tradição, ligada ao fabrico de mobiliário em madeira e seus derivados, e terá sido porventura a primeira a produzir mobiliário em série neste material, como forma de satisfazer importantes encomendas estatais, principalmente no domínio dos equipamentos para serviços e repartições públicas. Estão-lhe associadas a qualidade da madeira maciça, a preocupação com as ferragens e perfeccionismo nos acabamentos.
Instalações fabris na Bobadela (Sacavém)
A sua produção, no que respeita ao mobiliário doméstico, no entanto, e até finais da década de 50, pouco se terá afastado duma produção arquitectónica apelidada de «Português Suave».
Esta Fábrica em 1962 foi ampliada, viu renovado o equipamento fabril, melhoradas as condições de trabalho, passando a produzir em grande série. A influência dinamarquesa, produção de qualidade em série, chegou aos Móveis Olaio nos anos 60 pela mão dos proprietários, do Engenheiro Herbert Brehm e do Designer José Espinho, produzindo móveis funcionais e utilitários, em linhas simples e claras. José Espinho entre 1951-1973 formou o gosto, as linhas, o progresso dos móveis Olaio, muitos deles aqui retratados neste artigo por Horácio Novaes.
Como exemplos de grandes fornecimentos estão "Hotel Estoril-Sol", em conjunto com os “Móveis Sousa Braga”, e o equipamento ao edifício da Biblioteca Nacional, no Campo Grande em Lisboa, em conjunto com a “Altamira’”e a “FOC”, e o Casino Estoril entre outros.
Em 1989, a família Olaio vendeu a empresa, que viria a encerrar, em 1995, já sob a tutela dos novos proprietários. As antigas instalações fabris, na Bobadela, são hoje o Parque Industrial Olaio, sede de algumas empresas que aí se instalaram. Foi decretada a falência da ‘Olaio - Indústria de Móveis, S.A.’ em 21 de Abril de 2008.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Documento gentilmente cedido por APS editor do blog Ruas de Lisboa Com Alguma História
Recentemente, João Olaio e José Pedro Olaio, bisneto e neto do fundador, resolveram criar uma nova fábrica, de raiz, em Torres Vedras, na freguesia de Dois Portos para a qual recrutaram antigos operários. João Chichorro, Francisco e André Espinho são os designers. Sua designação: “Móveis Olaio - Indústria de Mobiliário José Olaio II, Lda.” . Os saudosistas que não esperem apenas a Olaio de antigamente. O estilo é contemporâneo e os produtos de alta qualidade, com especial destaque para as peças das áreas de restauração e escritório, apreciadas um pouco por todo o mundo.
As ferragens, por exemplo, não podem ser as mesmas, até porque surgiram normas da UE que não existiam à época. Novas criações coexistem, assim, com versões actualizadas de móveis que marcam a história da empresa, caso do estirador J.E.
Publicidade dos anos 50 Capa de catálogo
"Móveis Olaio" fornecedora do "Hotel Estoril-Sol" em 1965