sexta-feira, outubro 12, 2012

Cinema Império

O "Cinema Império" ou "Cine-Teatro Império" foi inaugurado em 24 de Maio de 1952, onde estiveram presentes o Ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações Engenheiro Raúl da Costa Couvreur, o embaixador de França, o director do "SNI - Secretariado Nacional de Informação" José Manuel da Costa, entre outras individualidades.
      
                                                                    Filme exibido no dia da inauguração
    
                                                 Terreno que viria a ser ocupado pelo Cinema Império
         
                               Primeiras propostas arquitectónicas de Cassiano Branco para o Cinema Império
                                 
Projectado pelo arquitecto Cassiano Branco em 1947 sob um traço de arquitectura modernista, possuía plateia, 1º e 2º balcões num total de 1676 lugares. Foi construído no seguimento de outras grandes salas também edificadas nos anos 50 do século XX, só sendo suplantado, em lotação, pelos "Cinema São Jorge" e pelo "Cine-Teatro Monumental".
«O Cinema Império é luminoso como a sua vizinha Fonte; tão amplo como a também vizinha Alameda e tão bem integrado nas suas necessidades de bairro e da vida moderna, que se pode, sem favor, felicitar os que meteram ombros à empresa: o autor do projecto, o arquitecto Cassiano Branco, e aqueles que colaboraram na realização e na decoração.»
       
                               
      
João Fragoso assinou o painel representando uma interpretação de Lisboa, colocado no foyer do 1º Balcão, e as cerâmicas que compunham a decoração.
Em Janeiro 1958 teria lugar no Cinema Império o 1º Festival da Canção em Portugal, onde Simone de Oliveira se estreou em público. Cliff Richard e os Shadows realizaram aqui dois espectáculos nos dias 11 e 12 de Dezembro de 1965, com apresentação de Pedro Castelo. Nesta sala tiveram lugar grandes concertos, nomeadamente de jazz. Aí tocaram as orquestras de Count Basie (anos 50) e Quincy Jones (anos 60).
O "Cinema Império" também funcionou como teatro e entre 1961 e 1965 aqui actuou a companhia "Teatro Moderno de Lisboa" , nascida da iniciativa de Carmén Dolores, Armando Cortez, Fernando Gusmão e Rogério Paulo. Dados os compromissos da exploração do cinema, ao "Teatro Moderno de Lisboa", apenas foi possível reservar uma sessão à tarde, pelas 18,30 horas, às segundas, terças, quintas e sextas e uma sessão de manhã, aos domingos
                                                       Programa e bilhete do Teatro Moderno de Lisboa
                             
       
                             
                             
       
                               
Em 1972 surge a sala "estúdio" que viria a ocupar o espaço onde anteriormente existiu o bar do 1º balcão. Era conhecida como a que passava os filmes mais intelectuais e mais «complicados» - os filmes de Ingmar Bergman tinham ali lugar de destaque. O lado direito da sala (para quem estava sentado, virado para o ecrã), era todo envidraçado, o que possibilitava uma excelente vista sobre as a Alameda Afonso Henriques. No início das sessões essas janelas eram obviamente tapadas por uma grossa cortina deslizante.
                                                                     Sala "estúdio" anunciada no edifício
                                           
                 
O início dos anos 80, e a proliferação das salas nos centros comerciais trouxeram a crise às grandes salas e o "Cinema Império" acabaria por encerrar como sala de cinema a 31 de Dezembro de 1983, embora esporádicamente até ao início dos anos 90 fosse escolhido como local para ante-estreias ou uma ou outra exibição relacionada com festivais de cinema. Foi posteriormente comprado pela IURD em 1992 que aí estabeleceu a sua sede e local de culto em Lisboa.
                                 Cinema Império em 1952                                                       Anúncio em 1955
        
                                                                    Programa de Março de 1978
      
Assim como o "Cine-Teatro Monumental", foi equipado com o café-restaurante "Monumental" no piso térreo, também o "Cinema Império" no alçado da Av. Almirante Reis, foi equipado com o grandioso café-restaurante "Café Império", com dois pisos inaugurado em 1955 pertença da empresa "Oraboni & Ribeiro". Neste café-restaurante actuaram nas décadas de 50 e de 60 do século XX artistas como Madalena Iglésias, António Calvário e Artur Garcia. Este restaurante, que ainda hoje funciona depois de reaberto em 26 de Agosto de 2006, possui dois painéis artísticos: um belíssimo painel cerâmico da autoria de Jorge Barradas, e outro painel de Luis Dourdil. Além do restaurante, o "Café Império tem ainda um espaço de Pastelaria, entre outros. No "Café Império" pode-se também assistir a espectáculos de música ao vivo, com artistas convidados
                                   
     
Em 1996 o "Cinema Império" foi classificado como imóvel de interesse público, pelo IGESPAR .
fotos in:

Foi tirado :Restos de Colecção